D Eu nasci num recanto feliz A7 Bem distante da povoação Foi ali que eu vivi muitos anos G A7 D Com papai mamãe e os irmãos Nossa casa era uma casa grande A7 G7 A7 Na encosta de um espigão Um cercado pra apartar bezerro D G ao lado um grande mangueirão D No quintal tinha um forno de lenha A7 G um pomar onde as aves cantava Um coberto pra guardar o pilão G A7 D G as traias que papai usava De manhã eu ia no paiol A7 G7 A7 Um espiga de milho eu pegava Debulhava e jogava no chão D Num instante as galinhas juntava D Nosso carro de boi conservado A7 Quatro juntas de bois de primeira Quatro cangas, dezesseis canseis G A7 D Encostados no pé da figueira Todo sábado eu ia na vila A7 G7 A7 Fazer compras para semana inteira O papai ia gritando com os bois D Eu na frente ia abrindo as porteiras D Nosso sítio que era pequeno A7 Pelas grandes fazendas cercado Precisamos vender a propriedade G A7 D Para um grande criador de gado G partimos pra a cidade grande A7 G7 A7 C saudade partiu ao meu lado C lavoura virou colonião D G acabou-se meu reino encantado D Hoje ali só existem três coisas A7 Que o tempo ainda não deu fim C tapera velha desabada G A7 D G a figueira acenando pra mim G por ultimo marcou saudade A7 G7 A7 De um tempo bom que já se foi Esquecido em baixo da figueira D Nosso velho carro de boi D De que me adianta viver na cidade A Se a felicidade não me acompanhar Adeus, paulistinha do meu coração D Lá pro meu sertão eu quero voltar G Ver a madrugada, quando a passarada A Fazendo alvorada começa a cantar Com satisfação arreio o burrão G D Cortando o estradão saio a galopar G A G vou escutando o gado berrando D Sabiá cantando no jequitibá ( D A D A G D ) D Por nossa senhora, meu sertão querido A Vivo arrependido por ter te deixado Esta nova vida aqui na cidade D De tanta saudade, eu tenho chorado G Aqui tem alguém, diz que me quer bem A Mas não me convém, eu tenho pensado Eu digo com pena, mas essa morena G D Não sabe o sistema que eu fui criado G A Tô aqui cantando de longe escutando D Alguém está chorando com o rádio ligado ( D A D A G D ) D Que saudade imensa do campo e do mato A Do manso regato que corta as campinas Aos domingos ia passear de canoa D Nas lindas lagoas de águas cristalinas G Que doce lembrança daquelas festanças A Onde tinham danças e lindas meninas Eu vivo hoje em dia sem ter alegria G D O mundo judia, mas também ensina G A Estou contrariado, mas não derrotado D Eu sou bem guiado pelas mãos divinas ( D A D A G D ) D Pra minha mãezinha já telegrafei A G já me cansei de tanto sofrer Nesta madrugada estarei de partida D Pra terra querida, que me viu nascer G Já ouço sonhando o galo cantando A O inhambu piando no escurecer C lua prateada clareando a estrada G D C relva molhada desde o anoitecer G A Eu preciso ir pra ver tudo alí D A7 D Foi lá que nasci, lá quero morrer [Final] D A D A G D A7 D